dicas

Não sou muito dada a “dicas” mas queria compartilhar uma coisinha com as bailarinas que estão “caminhando” e desejam voar mais alto:

Todas as contratações que tive fora do Brasil vieram de pessoas que me viram no palco, nunca tive contratações por outro caminho, senão este… E, nem sempre foram palcos que eu pisei pensando “Fulano está na platéia!” (exceto uma vezinha, q sabia de uma “determinada presença” e pedi a Deus para que ela estivesse sentadinha quando eu entrasse e Deus me Atendeu, prontamente!). Então, cada vez que for pisar em um palco, pense que, sim “Fulano pode estar vendo” e faça, sempre, o seu melhor! Do aniversário da sua Aluna aos Grandes Festivais, faça o seu Show, pense em você, em ser sempre melhor que você mesma, a cada Show! E seja, sempre, gentil e receptiva com fãs e pessoas que querem te abraçar, tirar fotos, porque estas atitudes “caminham pelo mundo”, mas caminham menos que as contrárias… Uma “propaganda ruim”, dada a “Natureza Humana” sempre chega mais longe! E quando a “propaganda ruim” vier muito “de baixo”, deixe rolar! Propaganda ruim de gente à toa é tão boa o quanto a boa de gente boa! Faça o seu! Tem lugar pra mais gente, sim! Enquanto houver “Divas auto-proclamadas reclamando no Face Book da falta de seilaoquê no Mercado”, significa que ainda cabe mais um! Faça o seu muito bem feito e deixe rolar!!!
A Dança é nossa! Das bailarinas, tanto quanto sempre foi! Porque os “Formadores de Opinião” (‪#‎aiquemedo) estão falando, falando, falando enquanto nós estamos suando, suando, suando… Eles desistem, a gente, não a gente DANÇA!!!!

O que eu faço com esse cabelo?

Quem é que nunca acordou com essa dúvida? Especialmente nos casos dos “indecisos”, porque se é liso de uma vez, já amanhece pronto, às vezes o crespo também, não tem muito o que fazer mas tem cabelo que vai “mudando de idéia” conforme o dia, o tempo, e a pergunta vem à mente: “O que eu faço com esse cabelo?”

Sobre os lisos, não tenho idéia, os indecisos, uma vaga idéia, tendo a dizer “Larga esse pente pra lá e vamos ver o que acontece” mas a minha “especialidade” é com os crespos, que também são chamados de “ruim”, “duro”, “étnico”, depende de quem chama. Eu, particularmente, costumo dizer “duro” porque o meu, no caso, é duro, mesmo… Se tem cabelo duro e cabelo mole, o meu é duro e, acredite, eu ADORO! Acho lindo! Ando na rua vejo as negras com aquele duro, DURO, em caixa alta e gosto, gosto das esculturas possíveis de se fazer com cabelo crespo, de coques e rabos gigantes, flores, faixas e todas as possibilidades mas é um cabelo “atitude”, como muita gente me diz, a menina tem que ter atitude pra andar na rua com um cabelo que ocupa mais espaço que os demais mas, como na minha opinião, a menina tem que ter atitude sempre, o cabelo é o de menos.

Como todas sabem, sou bailarina e coreógrafa, nunca estudei nada sobre cabelo mas a experiência de cuidar do meu talvez possa ajudar outras “crespas” quando acordam em dúvida.

CALMANTES

Eu sempre faço alguma coisa para dar uma “acalmada” nele. Fiz relaxamentos minha vida inteira e agora meu cabelo “não gosta mais de relaxamento” tenho feito aquela escova com formol e queratina que dependendo do salão (e do desejo do salão de ganhar mais ou menos dinheiro com isso) tem muitos nomes possíveis. Procure um salão de sua confiança e deixe bem claro que quer manter os cachos. Dá uma boa tratada no cabelo e ele fica menos armado, com mais movimento, além de “render” mais (fica mais comprido!).

LAVAGEM

Não lave todos os dias! Cabelos crespos são naturalmente secos. A lavagem é o primeiro passo do banho porque você tem o tempo do banho para deixar o cabelo “de molho”.

Ao lavar, passe pouco shampoo, massageando suavemente a raiz com as pontas dos dedos em movimentos circulares, enxágüe bem, muito bem! Condicionador 1 (que é mais barato, somente para dar uma “soltada” nele) pode passar à vontade, não “esfregue” o cabelo, aplique os produtos como se estivesse fazendo carinho, desembarace com os dedos e enxágüe bem. Daí vem o Condicionador 2 (que já vale a pena investir um pouco mais) que pode ser, também, um creme mais espesso, de tratamento, daqueles de “pote baixo”. Vá separando o cabelo em mexas, passando o creme desde a raiz, aplicando delicadamente com as mãos. Após a aplicação, faça cachos com os dedos e prenda num coque “frouxo”. Agora, enquanto toma seu banho, o tempo faz o resto. Enxágue muito bem no final. Tire o excesso de água com uma toalha.

LIVE-IN

Crespa “séria” tem, pelo menos, uns 3 diferentes para esse momento! Eu uso várias marcas diferentes, normalmente um mais “cremoso”, um mais “gel” e óleo ou silicone, uso os três ao mesmo tempo, comedidamente. Vá passando o (s) creme (s) e óleo na mão e aplicando delicadamente, cacho por cacho, da região do pescoço para o topo da cabeça, fazendo cachos com os dedos, no final, pode dar uma “amassadinha” das pontas para a raiz, lembrando sempre de investir um pouco mais de tempo e creme nas pontas que costumam ser mais secas. Pente? O que é isso, mesmo? Ah! Lembrei! Pois é… Não uso. Meu cabelo é todo “feito à mão”.

Prontinho! Parece trabalhoso mas não é tanto assim, com um pouco de prática, vai ficando rapidinho. Seu cabelo irá agradecer muito por esse carinho todo, ficando mais leve, brilhante e soltinho.

Não passe “um quilo de live-in e pente” que o cabelo fica com aquela aparência de “pesado” e até mesmo “ensebado”, colado na cabeça, é um desperdício, deixe o cabelo voar, crespo é lindo! “Ruim”? Tem cabelo liso tão “ruim” por aí (mal tratado, sem corte, sem cor) e “Duro”? É, pode ser meio duro, sim mas é lindo! Cabelo duro é lindo, sim! Eu tenho, sempre tive e vocês não imaginam o quanto me elogiam por ele, até mesmo as que alisam! E, se alguém insistir no “Porque você não faz uma chapinha?” você responde (sorrindo!) “Porque meu cabelo é lindo! Duro é o seu coração!” (risos…)

Quebrando a Banca (seus preconceitos, medos e mitos)

Quando começou essa “História” de “Concurso de Dança do Ventre” no Brasil, minha geração achava isso uma grande piada, sinceramente… Nós, simplesmente, nos recusávamos a fazer parte, achávamos bizarro, sem sentido, tínhamos horror a isso!

Talvez, também por esta razão, os “Concursos” passaram a ser “Não concursos”, viraram “Selos”, “Padrões”, etc, mas, na cabeça da menina que dança ainda há uma certa confusão com relação a isto. Percebo quando elas “voltam do Concurso-não-concurso” dizendo que “não passaram, mas fulana passou”, então, sim, concorrem! Às vezes, concorrem a nada, às vezes trabalho, prestígio, visualização, medalha, capa de revista e até dinheiro mas, quase sempre, “as melhores ganham alguma coisa”. Então, no caso, é concurso!

Agora, este formato (também, Graças a Deus!) tem mudado e as meninas têm participado de bancas nas quais, de fato, ganham uma coisa demasiado preciosa: A Avaliação de um artista que ela admira, olhos nos olhos, imediatamente após a “Banca”. Isto eu, particularmente, acho sensacional! Este é o tipo de banca que eu faço com prazer, porque estou oferecendo um “produto” que pode ser mais efetivo e, claro, dentro da área que eu realmente trabalho, que é o Sagrado Exercício do Magistério, coisa para a qual, acredito, eu vim a este Mundo.

Quando eu comecei a dançar, ao lado de feras como Layla, Nájua Sune, Shams, Fátima Fontes, se uma destas meninas, mais velhas e mais experientes que eu me dissesse “Esta maquiagem (roupa, perfume, acessório) não lhe cai bem” ou “Você precisa estudar isto ou aquilo” eu, simplesmente, acatava! Hoje em dia, somente dou dicas e conselhos quando sou paga para tanto, porque o dinheiro é uma garantia de que minha opinião interessa, de fato, à menina porque, muitas vezes “Eu quero sua opinião” quer dizer, na verdade “Eu quero um elogio seu” e também acontece o contrário! Eu digo à menina que ela “tem futuro” e ela ouve que “pode parar de estudar porque arrasa”, então, tenho guardado muitos elogios e críticas para mim mesma… Saio sentida, “devendo a mim mesma” mas… já disse isso antes, meu armário de saias justas está lotado demais!

Se eu vendesse pãezinhos, se a pessoa me pedisse meia dúzia deles, receberia meia dúzia de pãezinhos feitos com muito profissionalismo e cuidado, para esta “cliente” e é assim, exatamente, assim que eu avalio uma menina: Ela compra um produto e eu o entrego, da melhor maneira possível, sem muito “embrulho” (ou seria imbróglio?) para que o produto não seja confundido com a embalagem… Se você se ocupar da parte do “Olha você é linda, eu entendo que você está nervosa, você dança muito bem…” você “ocupa o espaço de um pãozinho no seu embrulho”, entende? Esta parte ela já ouve (da mãe, das amigas, do namorado, etc) o meu produto é outro: Avaliação

Se me permitem aqui vão três dicas para bem avaliar uma bailarina (na minha opinião, claro):

1 – Preste atenção ao que ela tem de bom, de facilidade. Ela sempre terá esta mesma facilidade e vale a pena “investir” nela, porque, provavelmente, esta será a sua “marca”, seu diferencial, seja um “quadrilzão”, um “sorrisão”, um “ouvido incrível”, etc. Apontar sua qualidade e, vale a pena explicar isso, significa “estude mais isto que é prazeroso pra você de estudar/executar, para que isto cresça, pois será sempre a parte mais fácil pra você e, sendo fácil e estando bom, pode tornar-se sublime através do estudo, ou, ‘sua única coisa, desde sempre’, se você se acomodar”.

2 – Aponte, claramente, o que você acredita que ela precisa melhorar, em todos os aspectos da dança que você perceba e ofereça (Sempre!) dicas e caminhos para esta melhora. “Não sei o que você pode fazer para melhorar” ela também já tem das pessoas às quais ela não paga. Portanto, se você perceber uma “coisa para ser melhorada que não é da sua alçada”, tenha humildade para consultar os colegas de banca ou, na falta da humildade (ou de tempo), não diga nada.

3 – Aceite as possíveis rejeições às suas críticas e observações! Lembre-se que nem sempre uma pessoa aceita receber um produto, apesar de ter pago por ele! E haverá rejeições sim! Eu recebo algumas vezes (não diretamente mas, claro, sempre tem alguma “boa alma” para trazer este tipo de comentário) e minha reação é a de sempre: Não faço absolutamente nada. Não faço absolutamente nada com relação a coisas que não me trarão benefícios profissionais e pessoais, nunca. Fofocas, intrigas, críticas grosseiras. Rio e saio para fumar porque “tomar um pito meu” é reservado às pessoas que eu amo e que pagam (de alguma forma) por isso.

O que vou fazer depois?

Ops! Pergunta errada! A pergunta certa é “O que fazer durante/enquanto dança?”. Quando temos vinte e poucos anos pensamos: “Depois que eu me casar e tiver filhos eu paro!” ou “Depois eu penso!” e nem uma coisa nem a outra funciona, a primeira, porque não temos bola de cristal pra saber SE vai casar, SE vai ter filhos e quem será esse marido aí? Um príncipe num carrão branco (porque cavalo hoje em dia, não dá!) que irá te laçar num palco qualquer, te dar uma casa, um bebê e um emprego? E “pensar depois” já será depois!

Como a minha experiência é “só o que tenho”, vou falar dela:

Como eu disse na matéria anterior (que é um bom “gancho” pra essa aqui!) dos 23 anos que estou envolvida com DV, “vivo de DV” há apenas 7, sempre tive atividades paralelas e passei a trabalhar somente com DV quando não tinha mais agenda para outros trabalhos, porém, nunca parei de estudar, nem de produzir. E foi meu outro trabalho que “montou meu guarda-roupa e me mandou pro Egito” pela primeira vez.

No lançamento da minha capa da Shimmie, aproveitei para fazer um Vernissage (Telas a óleo e esculturas) e as duas telas que vendi pagaram o vinho chiquérrimo que servi no Vernissage e ainda sobrou um “cachê” para mim! Pinto desde 2000, esculpo desde 2010 e escrevo desde que aprendi a escrever. Tenho dois livros escritos, prontos para publicar, entretanto, por falta de tempo, devido ao meu trabalho, ainda não os lancei, além das telas inacabadas (tempo… ai o tempo que nunca dá!) e esculturas “preparadas” que ainda não “foram para o barro”. Somente aí, tenho “trabalho acumulado” desde já, e olha que eu tô bem longe de ter “tempo sobrando”…

Em 2005, quando fui ao Cairo pela primeira vez, Mm. Raqia me pediu pra traduzir o Workshop da Soraia e eu passei uma semana “pensando em DV em inglês” (o Cairo fervendo lá fora! Passeios, Baladas e eu, “presa em casa, estudando”), me preparando pra isso: um “trabalho não remunerado”, um “favor pessoal” que fiz com o máximo de profissionalismo que pude… Mais tarde, quando Mm. Raqia me convidou para dar aula no Egito já sabia que eu poderia dar uma boa aula em Inglês! Minha “apresentação” já havia sido feita, por mim mesma.

Percebi, nestas idas ao Cairo que aquele “árabezinho” que eu falava impressionava os egípcios e as bailarinas e me “abria portas”, então, valeria a pena investir: Contratei um professor particular aqui no Brasil em 2006 e, a partir de 2008, comecei a estudar no Cairo, anualmente… Ainda era pouco… Um dia, um taxista me falou: “três meses e você aprende direito!”. Bom… Três meses no Cairo… Preparei mala, fiz uns contatos, guardei dinheiro e lá fui eu… Mas… estourou uma Revolução e nada do que eu havia planejado seria possível em 2011… A medida que eu fui contando as histórias que via por lá para meus amigos aqui, começaram os pedidos “Escreve um livro!”. Aproveitei o tempo ocioso (que era quase todo o tempo que tinha, sozinha, amedrontada, deprimida) e este é o segundo livro que escrevi, que aguarda tempo para Publicação.

Em 2008 conheci uma moça da França que me disse que havia um “Grupo de Estudos” do meu trabalho em Paris, resumindo, em 2009 eu estava lá, dando aula pra elas… Percebi que as francesas não falam inglês (Não falam! Não é que “falam e não querem” como dizem, não falam, mesmo…) e que gostavam muito do meu trabalho… Pensei “preciso aprender francês!”. Em 2011 soube que a Dina (sim! a Dina!) havia lançado um livro em francês e reencontrei este grupo de Paris no Egito, quando me contrataram para um Show (num jantar, no Cairo). Juntei minha necessidade profissional de ler o que a Dina tinha a dizer com o amor que vi que estas parisienses tinham por mim e prometi a elas: “Na próxima vez que eu encontrar vocês, iremos conversar em francês!”. O livro? Li! É uma aula de DV, de Cultura Egípcia, e uma explicação do “porque a Dina é a Dina”, valeu cada minuto de leitura!

Matriculei-me numa escola de francês aqui no Brasil e, enquanto estudava, fui “alinhavando” uma ida para a França, pra passar um mês estudando “in loco”… Uma pessoa disse pra outra, que disse pra outra e, quando eu vi, tinha uma Turnê, com 9 cidades na Europa que duraria três meses. Fui morar numa casa de família e estudar francês, durante a Turnê. Trabalhava nos finais de semana e, durante a semana, estudava (muito!) na escola e sozinha. Quando fui para Paris dar aula, depois de 3 meses de estudo aqui e um mês na França e, conforme prometido, tanto as conversas quanto as aulas foram em francês! O que, afinal, eu conheci na França, morando lá por 3 meses? Um pouco de Cultura e Idioma. Não, não visitei lugares incríveis porque tinha outras prioridades para meu tempo e dinheiro. Opção, como tudo!

Daí, pintou um convite para o Chile… Tinha dois tradutores na minha aula, um que falava árabe e uma que falava português… Mas… Não precisei de ambos porque estudei espanhol antes de ir (apenas espanhol falado, suficiente para as aulas) e falar o idioma local ganha tempo e, principalmente, “moral”! Mas meu espanhol tá muito “mequetrefe” e, como minha contratante no Chile reiterou o convite para este ano, estou me matriculando em uma escola de espanhol JÁ! Além de ter “mais assunto” sobre DV que no ano passado, estarei falando um espanhol melhor!

Cheguei a pensar na Copa do Mundo! Afinal, 5 idiomas e “jeito pra lidar com gente” eu poderia fazer um “freela”, só que ainda não tenho tempo livre pra freelas porque estou ocupada com DV.

Então, o que fazer depois? É só aproveitar o tempo que terá livre pra continuar o que vinha fazendo antes! E, esse ano, se Deus me Der tempo, volto a estudar música, por puro capricho, porque adoro música! O dinheiro? Virá! O dinheiro vem de coisas que você faz bem feitas! E, pra fazer bem feito tem que ralar, estudar, se dedicar, investir… Não tem outro caminho!

DICAS!

– Preste atenção aos elogios, críticas e conselhos e especialize-se e aprimore-se no que você faz bem, dentro e fora da Dança do Ventre.

– Guarde dinheiro (ainda que pouquinho!) e o que gastar, gaste com coisas duráveis, de qualidade, se você se apertar, faz um “brechó” e tem um extra pra reinvestir.

– Mantenha suas amizades e seus relacionamentos de fora (Lembre-se: Esse monte de gente que é apaixonada por você, na verdade, ama a sua personagem e tudo bem! É assim que tem que ser!). Porque se você passar dez anos “Divando na balada árabe” e só, vai ficar um pouco só daqui há dez anos.

– Não se esqueça que “a sorte é o encontro do preparo com a oportunidade” então, esteja sempre preparada e a oportunidade vai aparecer!