A Primavera dos Cornos

Todas as vezes na minha vida (sem uma única exceção que “comprovasse a regra”!) que eu vi um homem (ou mais!) berrando “Putaaaaaaaaaaaaaaaa!”,  “Vaaaaaaacaaaaaaaaaaaaaa!”, Va-Ga-Buuuuuuuuuuun-daaaaaaaaaaa” etc, era corno. Todas! Ou corno-corno (corneado, de fato) ou “pré corno” (que olha uma mulher deliciosa que o despreza, da qual ele não “daria conta”) ou, ainda, o “co-corno” (que é o amiguinho do corno original, o que sente a traição feita ao outro, o que tem inveja da cornidão do outro, o que filma a mulher do outro entrando no Motel com um outro Outro). Coisa de Corno!

Daí, eu, de repente, entendi a porratoda! Por exemplo: Não tem um milhão de pessoas com embasamento/conhecimento político e histórico, de ficha limpa (que nunca passou uma nota fiscal falsa, somou recibos de serviços “não prestados” por seus camaradas prestadores de serviço pra Declarar o IR, que nunca utilizou de Carteira de Estudante Falsa pra pagar meia, que nunca molhou a mão de um guarda ou de um garçom pra furar a fila no bar, etc etc etc), com moral pra ir às ruas de verde e amarelo, acompanhando o pato de borracha, lutar por uma “Sociedade Democrática de Direito” que fosse perfeita como um dia foi (até porque, no caso, não, nunca foi!), agora, um milhão de cornos em São Paulo tem sim! Ah, se tem!

Eu tenho amigos de tudo quanto é jeito! Tenho amigo corno, tenho amigos com “traços preconceituosos” (racismo, xenofobia, machismo, islamofobia, “nordestinofobia”, etc) e tenho, ainda, amigos que “pegaram cana” ou conseguiram escapar no último minuto “Graças ao fato do Brasil ser um país corrupto” (têm dinheiro, contatos, molharam as mãos certas e escaparam). Dentre as acusações (estou falando, apenas, das verdadeiras!) tem Agressão, Formação de Quadrilha, Desvio de Dinheiro para o Exterior, Venda de moedas falsas e, claro, Estelionato.

Todos estes meus amigos, os preconceituosos, criminosos e, claro, cornos, estavam lá (todos, de novo, sem UMA ÚNICA EXCEÇÃO!) estiveram lá, lutando ao lado do Pato de Borracha…

Estou falando, apenas, dos que eu conheço, ok? Por favor, os cornos e estelionatários que não conheço, não precisam vestir a carapuça!

Eu acho o uso da palavra “Corno” como ofensa, bem inadequado! A cornidão é uma coisa do homem… Tem muitas coisas de homem, a cornidão é parte da formação do caráter da maioria deles, os torna, às vezes, criaturas amáveis, risíveis ou, ainda, violentas, mas não é uma falha de caráter, é, somente, uma condição. O cara é corno, ué… Não é culpa de ninguém, exceto daquela puuuuuuuuuuuutaaaaaaaaaaaaa que o corneou.

A Imparcialidade é, somente, uma máscara que serve para dissimular duas coisas: preguiça ou covardia. A preguiça, confesso, a esta, nem sempre resisto e, às vezes, maquio minha preguiça de imparcialidade e digo bordões bons de encerrar conversa como “é… entendo seu lado, bla bla bla” mas, covarde, não, nunca fui e nunca serei!

Com relação aos atuais “acontecimentos políticos no Brasil” falei muito pouco publicamente, por pura preguiça e por ver pouquíssimas conversas que não fossem no tom “Corinthians X Palmeiras”. Falei pouco, entre os meus que, de alguma forma, disseram alguma coisa que valesse uma boa discussão, de ambos os lados…

Não tive tempo de “escolher um lado”! Meu lado “escolheu-se espontaneamente” e não foi porque “meus amigos são Coxinhas/Petralhas” ou, ainda, “meus inimigos são Coxinhas/Petralhas”, foi um outro critério, muito mais intuitivo, a partir da minha experiência pessoal, com pessoas de quem eu gosto (e continuo gostando, com chifres ou armas de fogo dentro de casa!).

Tem três características em mim que me fizeram “acumular segredos obscuros”: 1) Eu bebo bem! Cai todo mundo e eu continuo de pé!, 2) Sou uma pessoa difícil de chocar e/ou julgar as pessoas por seu comportamento e 3) Sei guardar segredos. Então, comigo em particular, todo mundo sai do armário e foi muito fácil “despencar à extrema Esquerda”, conhecendo o lado podre (falso, maquiavélico, interesseiro, mentiroso, que todos temos em doses distintas, de pessoa pra pessoa) de quem eu gosto… Fui vendo as fotos dos caras (e “minas”) ao lado do Poderoso Pato e, hora arregalando os olhos, ora dando gargalhadas, percebi que tudo foi ficando meio óbvio…

Passado esse primeiro momento, comecei a ver meus “Piores inimigos”: Os saudosos da Ditadura Militar (desses, tenho medo!), os nazistas (desses, tenho pena, já que ser nazista e brasileiro, na opinião de um “nazista de verdade” é uma piada pronta), os violentos, os “Preconceituosos assumidos e com orgulho”, estes, também, todos lá, ao lado do Pato, daí, não restou nenhuma dúvida!

Entendi, ainda, uma outra coisa: Os Seguidores do Pato (porque não quero generalizar, entende? “Cornos de Verde e amarelo” pega mal, “Coxinha” acho batido… Acho “Seguidores do Pato” fofo!) também absorveram dois grupos bizarros de pessoas: As que não são convidadas para NADA, as que mandam mensagem pra 150 pessoas na véspera do Carnaval e 90 ignoram, 30 dão desculpas e os outros 30 dizem que “não tem espaço no carro”. Esses caras, finalmente, conseguiram fazer parte de “Alguma coisa”! Tem também o “paga-pau-de-patrão”, aquele que conseguiu um tapinha nas costas do Patrão quando chamou a Presidente do Brasil de “Vacaaaaaaaaaaaaaaa!” no meio da fábrica, pela primeira vez! Agora, os “Patetes” (ficou bom! “patetes”!) perderam a baladinha… Estão putos da cara, de panelas na mão (ou “aquilo” foi uma comemoração? Não pareceu, não! Os caras celebraram sua vitória berrando palavrões???).

É um país de Cornos… Tudo tem a ver com isso, começa nisso, acaba nisso… Abandono, medo, solidão, traição… “Alguém está no meu lugar!”  (e entre os cornos, têm os “Co-cornos do Aécio”! Chega a ser bonitinho!) porque esse ódio, esse grito de “Va-Ga-Buuuuuuuuuuun-Daaaaaaaaaaa!” só pode ter nascido de um amor que acabou e, como esses Patetes jamais “amaram a Dilma” (de um amor de verdade, que “justifique” – entre aspas! – esse ódio), esse brado passional é um “Desabafo” é um berro, direcionado às mulheres que saíram de sua vida e, quem sabe (Freud explica!) à sua adorável mamãezinha porque, um dia, ela lhe negou o peito.